Coaching para mudar crenças em pessoas idosas

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Olá a todos ! Hoje, temos um artigo muito especial, produzido por um dos nossos voluntários, o Sérgio Almeida, sobre o coaching para pessoas idosas. O Sérgio encontra-se a desenvolver uma ação de coaching com um dos nossos utentes e considerámos pertinente poder falar-lhe sobre este tema, dado os benefícios do mesmo. Deixe-nos também a sua opinião!

 

O coaching é uma forma de desenvolvimento pessoal, no qual um profissional, o coach, apoia o cliente (o coachee) no processo de alcançar um objetivo específico pessoal ou profissional, utilizando um conjunto de técnicas que pretendem potenciar e trazer à consciência os recursos que estão à disposição do cliente.

Num processo de coaching com idosos, o que se procura é promover o planeamento e apoiar na motivação, questionando comportamentos, crenças, valores e, em alguns casos, a missão. Através da reflexão sobre estes temas, poderá ocorrer um maior entendimento e consciência das emoções vividas nesta fase da vida. Este processo visa também recuperar sonhos e projetos adiados ao longo dos anos. Assim, o coaching para idosos trabalha para que se possa trazer para o quotidiano esta consciência de que pode ter uma vida mais ativa, saudável e feliz.

Com o objetivo de aumentar a eficácia do processo de coaching, uma das técnicas que permite alcançar melhores resultados consiste na identificação das crenças limitadoras com a correspondente transformação destas em crenças potenciadoras.

As crenças estão num nível neurológico bastante elevado, estas organizam a nossa personalidade e definem a nossa forma de ser e de agir. E por serem de tão grande importância, afetam todos os níveis inferiores do nosso sistema neurológico, e da nossa personalidade. Em resumo, ao transformar as crenças, estamos a transformar a nossa vida, e alinhamos-nos mais com os nossos objetivos, pessoais e/ou profissionais.

Daí a importância de conhecer as nossas convicções e crenças negativas! Aquilo que acreditamos que nos limita… Exemplos de crenças limitadoras são expressões como: “não consigo”, “não posso”, “nunca”, …

No entanto, eu acredito que se conhecermos as nossas crenças limitadoras, temos SEMPRE duas opções.

Aqui estão elas:

Opção 1, em que não muda nada. Preferimos ficar como estamos, ainda que custe muito. Pode até doer, física e psiquicamente, mas não mudamos.

E depois temos a Opção 2, na qual queremos mudar alguma coisa. Uma forma de realizar essa mudança é prestar atenção às sensações corporais sentidas quando vivenciamos uma crença limitadora.

 

Pense numa crença que tem que não deixa que alcance o seu objetivo… Não é capaz de se lembrar? Pois isso é uma crença, digo eu.

Um exemplo de uma crença que está presente em muitos de nós é: não sou capaz de “algo”

Reconhece esta crença limitadora? Sensações como “borboletas na barriga”, suores, tremores e ansiedade são apenas alguns exemplos de como uma crença “enraizada” tem muito de sensações físicas. E assim, poderemos atribuir-lhe características sensoriais.

Um exercício bastante útil na transformação de crenças baseia-se na transformação dessas características sensoriais.

Experimente fechar os olhos e visualizar à sua frente uma crença limitadora que tem. Consegue senti-la? E agora, ainda de olhos fechados, sinta essa crença afastar-se para bem longe, ficando cada vez mais pequena e distante. Agora, tenha consciência de como esse afastamento alterou as suas sensações físicas.

O impacto que esta técnica tem no bem-estar de alguns dos meus clientes idosos tem sido muito positivo. Nos melhores casos, ganharam novas rotinas que aumentaram os níveis de confiança e bem-estar.

 

Recordo um cliente que não acreditava ser capaz de se movimentar de forma independente, mesmo depois de o ter feito acompanhado por um especialista de Psicomotricidade. Com a técnica de transformação de crenças, este mesmo cliente ganhou consciência de que o que lhe dava alento e coragem para o ato era a pessoa junto a ele, e não a incapacidade de o realizar. De facto este cliente já caminhava bastante bem sozinho, no entanto acreditava não ser capaz de o fazer sem companhia.

Com esta consciência, decidiu começar a fazer pequenas incursões sozinho, aumentando assim a sua confiança, autonomia e auto-estima.

Sérgio Almeida

Coach

 

Obrigada pela partilha, Sérgio.

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