No passado dia 25 de maio de 2019 ocorreu mais uma Ação de Informação e Sensibilização (AIS) com o tema A importância de cuidar das relações para envelhecer melhor, das 10h00 às 13h00, na Casa dos Direitos Sociais e contou com o apoio do Departamento para os Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, que amavelmente nos cedeu as instalações.
Esta AIS contou com a presença de 12 participantes, na sua maioria cuidadores formais, seguido de voluntários e pessoas idosas.
Através de uma metodologia que privilegiou a partilha de experiências e reflexão, foram abordados:
- As relações humanas (definição e função);
- O papel do Envelhecimento Ativo e do Ageing in Place nas relações;
- A Solidão e a Transmissão Intergeracional de Padrões relacionais;
- Estratégias para criar, cuidar e manter relações saudáveis e positivas ao longo da vida.
A ação começou com a apresentação do esquema da sessão, seguiu-se a autoapresentação dos dinamizadores e dos participantes, culminando numa atividade de grupo com uma dupla finalidade: favorecer a aproximação entre todos e demonstrar a importância das relações. Tratou-se de um momento muito agradável, em termos de interação grupal e de colaboração na estratégia para concluir a tarefa – descobrir um provérbio, sendo que cada participante tinha na sua posse, como pista, apenas uma das palavras do provérbio.
Seguiu-se uma breve apresentação da Entre Idades e iniciou-se o tema da AIS. Durante a sessão, contextualizámos o processo de envelhecimento normativo, com foco nas mudanças biopsicossociais – (físicas, psicológicas e sociais), e o envelhecimento psicoemocional e psicossocial, no sentido de se conhecer como estes influenciam as relações e de como a qualidade das relações os podem também afetar. Falou-se também do isolamento e da solidão (como expressão da esterilidade das relações), do impacto que os padrões intergeracionais relacionais aprendidos podem ter tido nas relações que mantivemos ao longo da vida, e de como determinam o estabelecimento de novas relações (a visualização do breve filme: Os pais fazem e os filhos aprendem, revelou-se muito elucidativo). Finalmente, refletimos sobre como o Envelhecimento Ativo e Saudável e o Ageing in Place, quando defendidos e colocados em prática, representam fortes preditores para a saúde das relações e, sequencialmente, para a promoção da Qualidade de Vida e do Bem-estar na vida.
Este momento da AIS gerou muita partilha de opiniões e de exemplos por parte dos participantes, decorrentes das suas experiências diárias no contacto com a população idosa (“…na minha instituição, estamos muito atentos a estas questões…”). Contudo, o extrapolar destes conceitos e destas reflexões ganhou mais significância quando os participantes, conscientes da realidade das pessoas idosas, iniciaram inferências para as suas próprias vidas. Desde, “…eu também já senti solidão no luto” até “…tenho de cuidar dos meus…”.
Na terceira parte, focamos a ação na sinalização das estratégias comportamentais – atitudes, reações, comunicação e comportamentos – com foco na perceção, noss pensamentos, na emoção e nos sentimentos, que, quando seguidos e realizados, influenciam saudável e positivamente as relações. Tratou-se de um momento muito dinâmico, com partilha de opiniões e exemplos do quotidiano pessoal, familiar, social e profissional, de cada um. A partilha: “…posso usar o que aprendi hoje com os meus idosos, mas também posso aplicar comigo…”, reflete a concretização do objetivo major desta AIS.
No final, avaliámos o Impacto Social da ação. E o que nos dizemos resultados? O Impacto Social calculado foi de Alto Impacto. Quanto à aferição do Grau de Satisfação Global obteve-se a pontuação de 5 (escala de 0 a 5), o que revela um elevado Grau de Satisfação de todos os participantes.
Esta AIS permitiu (para alguns dos participantes) rever e (para outros) adquirir novos conceitos relacionados com o Envelhecimento, com as Relações Humanas e, aprender e/ou relembra como estes domínios se intersetam. Abordar estratégias facilitadoras para o estabelecimento e manutenção de relações positivas e saudáveis foi significativo, não só por ajudar a entender a interação entre pensamentos, sentimentos e comportamentos, no domínio das relações, mas, acima de tudo e numa ótica autodesenvolvimentista, para ajudar cada um a entender como pode melhorar o seu quadro de relações.
Finalmente, a noção de que não envelhecemos sozinhos, porque também não vivemos sozinhos e que as relações interpessoais significativas, solidárias, voluntárias e espontâneas, são fortes determinantes para um envelhecimento saudável e ativo. E que o envelhecimento se prepara em todas as idades.
com o apoio do Departamento para os Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa