O Esquecimento (causas, sinais de alerta, prevenção)

alzheimer

Olá! Hoje recordamos aquele que foi o 1º tema dos nossos Entre Idades Informa online e em direto –  O Esquecimento e, mais precisamente, quando é que este é normal e em que situações pode representar sinais de alerta de algum problema de saúde.

A verdade é que todos nós já passamos por momentos de esquecimento. Por exemplo, de chegar a uma divisão da casa e não nos recordamos do que íamos lá fazer, do que comemos ontem, de onde estacionámos o carro, do que estávamos a falar numa conversa, ou daquele típico esquecimento – o famoso “branco” na hora H.
Tratam-se de esquecimentos comuns, que acontecem algumas vezes e que facilmente ultrapassamos ao nos relembrarmos da informação que estava bloqueada.

Atualmente, as queixas de esquecimento, mesmo em jovens, têm sido cada vez mais comuns e podem estar relacionadas com diversos factores, como o stress do dia-a-dia, a privação de sono, o excesso de atividades, o abuso de substâncias (como o álcool) e os quadros depressivos e ansiosos.
Nas pessoas com idade mais avançada, pode haver o receio de que os esquecimentos, mais ou menos frequentes, representem o início de um quadro demencial, sobretudo quando há história familiar associada. Porém, e embora a perda de memória seja traço sintomático comum no aparecimento das demências, é importante lembrar que as os quadros demenciais afetam também outras esferas da cognição, como por exemplo a orientação temporal e espacial, ou a linguagem.

Pode ser difícil perceber a diferença entre os esquecimentos que são resultado da alteração de funções cognitivas, como a memória e a atenção, resultantes do processo natural de envelhecimento, e outros, com sintomas que poderão traduzir a instalação de um quadro patológico.

Daí ser muito importante estarmos atentos aos sinais que a seguir passaremos a enunciar, mas que, voltamos a realçar, por si só não são reveladores de patologia, embora possam justificar uma avaliação médica e psicológica de despiste.
Assim, e como sinais de alerta consideram-se os seguintes:
1. Esquecer-se de parte ou da totalidade de um acontecimento de vida;
2. Progressivamente perder a capacidade de seguir indicações verbais ou escritas;
3. Sucessivamente perder a capacidade de acompanhar a história de uma telenovela ou de um filme;
4. Esquecer-se gradualmente de informação que conhecia, como dados históricos ou políticos;
5. Perder crescentemente a capacidade de, autonomamente realizar atividades instrumentais ou básicas de vida diária, tais como se lavar, vestir ou alimentar, não por questões relacionadas com a funcionalidade física, mas sim por não se recordar do objetivo ou dos procedimentos.
6. Progressivamente perder a capacidade de tomar decisões, de gerir o seu dinheiro, de não saber em que data ou estação do ano está;
7. Ter dificuldades em manter uma conversa, não conseguindo manter o raciocínio ou lembrar-se das palavras.

Estes sinais, relacionados com o esquecimento, traduzem alterações ao nível da memória que interferem com a vida quotidiana da pessoa. Neste cenário, não estamos a falar de um processo natural, mas sim daquilo que poderá representar um quadro de sintomas associados à demência.
Assim, é aconselhável o recurso a uma primeira consulta médica, por exemplo, com o seu médico de família, para que após avaliação clínica, seja iniciado o adequado processo de diagnóstico diferencial.

Esperamos ter-vos sensibilizado para a importância de se identificar as situações em que os esquecimentos devem ser tidos em atenção das em que representam um processo normal do envelhecimento.
Numa próxima oportunidade, iremos falar sobre algumas técnicas e dicas para prevenir os esquecimentos através de exercícios para a memória.

Tem questões sobre este tema? Não hesite em partilhá-las nos comentários ou entrando em contacto connosco!