No passado dia 26 de junho de 2019, a Drª Cristina Rocha, uma das nossas psicomotricistas, animou a Ação de Informação e Sensibilização (AIS) com o tema Maior Segurança para Melhor Saúde, no Centro Social e Paroquial da Ameixoeira. Esta atividade foi realizada no âmbito do Projeto Lxiis+ – Projeto mais Lisboa, mais idade, mais informação e mais saúde, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.
Esta AIS contou com a presença de 15 participantes. O grupo foi integralmente constituído por pessoas do género feminino, com uma média de idades de 82 anos e com variância entre os 70 e os 94 anos. As participantes são beneficiárias das Respostas Sociais de Centro de Dia e Centro de Convívio do Centro Social e Paroquial da Ameixoeira.
Através da dinamização da atividade inicial, as pessoas participantes apresentaram-se sucessivamente, partilhando com o grupo histórias pessoais de quedas. Pode escutar-se diversas vezes Ah, quantas vezes eu caí!. É, portanto, de realçar que, entre todos as participantes, apenas uma relatou nunca ter caído. Todas as restantes participantes afirmaram já ter caído, pelo menos uma vez, em casa e/ou na rua, justificando o evento com um ou mais dos diversos fatores de risco. As consequências dos episódios de queda descritos variaram entre o simples susto e a fratura de um membro.
Esta atividade, muito significativa, serviu de fio condutor para o desenvolvimento de toda a sessão, na qual foi possível abordar os seguintes conteúdos:
- Fatores de Risco para a Queda (Biológicos, Comportamentais, Ambientais e Socioeconómicos);
- Síndrome Pós-Queda;
- Características de uma Casa Amiga: iluminada, acessível, segura e confortável;
- Dicas para andar de forma segura na comunidade e,
- Estratégias de Cuidado Pessoal para a prevenção de quedas.
Assim, através das diversas narrativas partilhadas, pudemos ilustrar os fatores de risco, referenciados na primeira pessoa, como alterações inerentes ao processo de envelhecimento – diminuição do equilíbrio – olhei para trás para ver o autocarro e desequilibrei-me – menor tempo de reação e menor capacidade visual – na rua, tropecei na calçada, ao querer andar mais depressa – ou a existência de doenças – senti tonturas (…) vertigens (…) hipotensão.
Outros tantos episódios de queda tiveram como causa fatores ambientais, tanto em casa – sem luz, saí da despensa e tropecei num escadote que já não me lembrava que estava ali, subi para um escadote para ir ao armário, escorreguei no tapete – como no exterior – escorreguei (…) tropecei no passeio – entre muitos outros exemplos.
Ao longo da sessão e, à medida que as histórias de cada uma iam sendo analisadas, iam sendo identificadas e realçadas as alterações ambientais e estratégias necessárias para o cuidado pessoal e prevenção de quedas – desde que caí, tirei todos os tapetes de casa, tenho uma luz de presença, coloquei os objetos que preciso nos armários em baixo, ou o meu filho já me comprou uma bengala e ensinaram-me a andar com o andarilho, entre muitos outros testemunhos.
Graças à identificação com o tema tratado e à metodologia utilizada, a avaliação do Impacto Social da AIS traduziu-se num Impacto Social Alto (100%/100) e o Grau de Satisfação Global foi de 5 (escala de 0 a 5), o que revela um elevado Grau de Satisfação elevado de todos os participantes.
Em suma, nesta AIS, na qual participaram pessoas com histórico de quedas e fatores de risco, os presentes puderam tomar consciência dos riscos e das consequências das quedas. Toda a informação partilhada foi, assim, bastante significativa para esta população, e acreditamos ter ajudado a mudar alguns comportamentos mais desajustados e a adquirir progressivamente comportamentos mais seguros.